Confira a análise dos dados do estudo sobre multipropriedades, que apontou R$ 59,9 bilhões em VGV e 180 empreendimentos lançados.
Seguindo com a curva de crescimento dos últimos anos, o segmento de multipropriedade confirma novamente que não se abala com crises e atinge o VGV de R$ 59,9 bilhões e 180 empreendimentos lançados. A pesquisa Cenário de Desenvolvimento de Multipropriedades no Brasil 2023 foi apresentada pela primeira vez durante o 11º ADIT Share.
Organizado pela ADIT Brasil (Associação para Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil), o ADIT Share é o principal seminário de multipropriedade e timeshare e acontece este ano na Costa do Sauípe (BA), entre os dias 16 (com um curso de introdução aos modelos de negócio), 17, 18 e 19, finalizando com visitas técnicas.
Elaborado pela Caio Calfat Real Estate Consulting, o estudo sobre multipropriedades apontou que a mercado cresceu 45,38% no VGV (em 2022 foi contabilizado R$ 41,2 bilhões, para 59,9 bilhões de reais este ano), e 15,38% no número de empreendimentos (em 2022 foi computado 156, já este ano há 180 ao todo).
“Esse é um trabalho que realizamos a sete anos, e vamos melhorando a cada ano. Na próxima edição estará mais aprimorado ainda, pois pretendemos fazer um capitulo novo com compradores de multipropriedade, em parceria com a Mapie. O que será muito importante, pois temos que mostrar o lado do empreendedor e também do comprador”, revelou Caio Calfat, presidente do Conselho de Administração da ADIT Brasil.
Entre 2022 e 2023, o mercado de multipropriedade vendeu R$ 6 bilhões, houve 16 novos empreendimentos, com 3.679 apartamentos, 108.340 frações e com VGV de R$ 7,1 bilhões.
Como resultado do grande crescimento, a multipropriedade também está espalhada pelo Brasil, em 81 cidades e 19 estados. A Caio Calfat também trouxe um novo recorte para pesquisa, “Oferta Corrente”. Com 104 empreendimentos, os dados da oferta corrente contêm empreendimentos prontos como menos de cinco anos de operação; e/ou empreendimentos em qualquer status com vendas inferiores a 95% do total da oferta. “E como se esse ‘mercado corrente’ é o mercado que está sendo movimentado de fato na multipropriedade”
“Geograficamente, o estudo aponta que a multipropriedde continua crescendo e atingindo novos destinos. Sempre soubemos que a hotelaria sempre foi um indutor do turismo de lazer, criando destinos. A multipropriedade também segue esse caminho”, afirmou Alexandre Mota, diretor da Caio Calfat Real Estate Consulting
Neste recorte da oferta corrente, a Região Sul lidera o ranking com 37 empreendimentos e 6.525 apartamentos, seguido do Sudeste com 27 e 6.188 UH’s, em terceiro vem o Nordeste com 24 empreendimentos e 6.155 apartamentos, depois o Centro-Oeste com 16 empreendimentos e 4.608 UH’s, e por fim, a Região Norte, com 5 e 2.196 apartamentos.
Dentro deste recorte de “oferta corrente”, há 104 empreendimentos, um VGV potencial de R$ 47,1 bilhões, 25.335 unidades habitacionais, 705.672 frações imobiliárias, um VGV vendido de R$ 23,5 bilhões e um alto estoque de 50,2% de frações à venda.
“Comprando 2023 com 2022, diminui o número de empreendimentos, mas aumenta o número de unidades habitacionais e frações. Nós percebemos que muitos empreendimentos readequaram os produtos, muitos projetos que vendiam 4 semanas, mudaram para duas ou uma, por exemplo”, explicou o diretor da Caio Calfat.
Ainda falando sobre as adaptações do produto, Alexandre comentou que houve um aumento do financiamento. “No ano passado tínhamos uma média 72 parcelas de pagamento, para mais de 80 em 2023. Houve uma readequação para o bolso dos clientes,
Em relação ao estoque, 50,2%, o diretor da Caio Calfat enfatizou que parece ser alto, mas também aconteceu dois novos lançamentos entre fevereiro e março de 2023. “O que puxa esse estoque para cima são os novos lançamentos. O mais interessante é ver o estoque dos empreendimentos prontos, que está em 27%. Entregar o empreendimento com 27% de estoque é um dado importante para fazer a programação de vendas e planejamento financeiro”.
Outro dado apontado pelo estudo de 2023 foi o crescimento em torno de 20% no preço médio da fração. “O que está acontecendo? Começamos a ver a entrada de empreendimentos destinados para um público high end, com maior poder financeiro. Hoje tem empreendimentos com valores mais altos”, disse o diretor da Caio Calfat.
Uma das dúvidas do mercado sobre empreendimentos high end era a aderência do público, se as vendas aconteceriam. “A gente percebe que as vendas estão acontecendo, ainda que não há uma velocidade de vendas tão grande como para classe média. Essa aderência ocorre mais para uma faixa de renda de 30/40 mil reais, mais que isso ainda há poucas vendas”, afirmou executivo.
Os projetos encontram o público comprador para empreendimentos high end, mas a pesquisa apontou que maior parte dos clientes da multipropriedade ainda é da classe média, com renda mensal média entre 10/15 salários mínimos. “Mas também houve um aumento para pessoas que ganham no máximo 5 salários mínimos. O que justifica essa adaptação de produtos e parcelas”, disse Alexandre Mota.
Fonte: Turismo Compartilhado